quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!




José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 - 39136519


A todos que visitam este blog e acompanham as colunas, desejo um feliz natal e próspero ano novo. Que a Paz Interior, responsável pela saúde da alma, esteja presente na vida de todos.






Retornarei com as colunas a partir do dia 13 de janeiro.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O SENTIDO DO NATAL




José Fabiano Ferraz - 12 - 39136519


Neste mês de dezembro gostaria de fazer uma série de reflexões sobre as festas de final de ano. No natal comemoramos o nascimento de Jesus e logo em seguida o ano novo. Mas gostaria de analisar estas datas sobre algumas perspectivas específicas. A semana passada refletimos sobre a fraternidade e sua indissociável aliança com a justiça. Esta semana vamos refletir sobre a questão do sentido que tem para nós a festa de natal. Às vezes parece, tão somente, que a data esta ligada a glutonaria, bebida e drogas que estão presentes de forma assustadora nestas festividades. Torna-se um padrão, um hábito, nocivo as nossas relações pessoais do qual não possuímos consciência. Não pretendo apresentar nenhuma doutrina religiosa, nem defender nenhum tipo de denominação, gostaria de refletir sobre Jesus Cristo seu nascimento e o que isto representa para os Cristãos. Todo cristão batizado entrega a Jesus a direção de sua vida. Aceita que Jesus não somente nos deu a vida, mas também a restaurou. Todo cristão batizado entende que deve a Ele muito mais do que pode possuir e pagar. O interesse mais íntimo de Jesus foi com o nosso bem estar, Ele nos amou e nos ensinou a amar uns aos outros. Ele nos disse que amar o outro é amar a Deus. Foi por um respeito ao ser humano, das limitações deste ser que Jesus se compadeceu. Ele nos vê como um ser real e Ele é consciente de nossa natureza humana.
O amor é o próprio Deus. Jesus Cristo é o amor de Deus que tem carne e sangue, portanto o amor que tem carne e sangue pode perdoar os pecados cometidos pela carne e pelo sangue. O sangue de Cristo, o seu sangue humano, nos purifica aos olhos de Deus, nos limpa de nossos pecados. Nós somos perdoados como seres de carne e osso. É sobre isto que trata a festa do natal, este é o principal, eu diria único objetivo de nos reunirmos e festejarmos o nascimento de Jesus. Mas é importante que em nossa ceia de natal esteja também, como prato principal, a Palavra de Deus como alimento da alma. O que Jesus nos trouxe de ensinamento e verdade sobre nossa condição humana. Se a Palavra de Deus é desagradável ao paladar não há dúvida que estamos de penetra nesta festa. Apresentamos a nossa alma doente, as nossas enfermidades e Ele nos oferecem o alimento que precisamos reter para a vida. O natal é a lembrança que guardamos da suave humanidade de Jesus, nosso Deus, para encher de alegria nossa festa e desaparecer o rancor ou a animosidade. Neste instante de alegria em que comemoramos o nascimento de Jesus, todo homem deveria sentir no coração o desejo de ter o próximo em seus braços, com grande satisfação. Trocar, juntamente com os presentes, a alegria de uma vida cristã. A condição que Ele estipula para que haja paz é a de que nós lutemos, com todas as forças de nosso corpo contra todos os vícios, sejam de comportamentos, ou de substâncias químicas.
No amor somos dependentes, porque o amor é a necessidade do outro ser. Solidão é autonomia e independência do outro. Só razão nos dá a condição de independência, mas a razão é “eu”, mas o sentimento é o “tu” é a relação que se estabelece. Só a razão com amor, e o amor com razão é o homem total, dotado de espírito. Jesus manifestou-se como humilde, como aliado do vencido, do pobre, do banido. O Deus que se humilha para estar junto com o humilde diz o profeta Isaias. O mendigo que não tem onde pousar a cabeça foi assim que Jesus se apresentou ao mundo. Este é o significado do natal, quem puder entender saberá que isto se refere a uma prática que não é deste mundo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

DEZEMBRO O MÊS DA FRATERNIDADE.


José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 - 39136519

Chegamos ao mês de dezembro, natal, festas e confraternizações. Um sentimento de oferecer ao outro o melhor de nós, seja um presente, um gesto, uma palavra, um abraço, etc. Mas este sentimento que invade as pessoas nesta época do ano é digno de confiança? Será que as pessoas mascaram sua verdadeira condição humana para ficar bonzinho em dezembro, pelo que este mês representa? Fazer caridade e fraternidade em dezembro é apenas uma necessidade social? Estas são questões que muitas vezes são levantadas nesta época do ano. Quero refletir com você sobre, a fraternidade, este sentimento que se expressa nas pessoas, movidas pela data de 25 de dezembro o nascimento de Jesus Cristo.
O que vemos muitas vezes em nosso ambiente mais próximo são o cuidado e o carinho que existe às pessoas que amamos. De certa forma até desigual em relação aos demais. Uma lealdade, às vezes, cega de ajuda no relacionamento entre mãe e filho, irmãos e casais. São fortes laços de afeição e empatia que ficam reduzidos a um circulo restrito de pessoas. Quando falamos de fraternidade, devemos obrigatoriamente por de lado nossas preferências e prováveis recompensas por nossos atos. O sentimento de caridade universal, não é indiferente as interações e não se exime da responsabilidade pelo outro. Vemos então que a caridade esta acompanhada, inevitavelmente, da justiça e da misericórdia. Estamos falando da bondade que se fundamenta na justiça, que pode sempre ser aperfeiçoada contra as suas próprias durezas. É na responsabilidade pelo outro, que a pratica da fraternidade torna-se possível em sua busca inflexível e corajosa de justiça. Estamos falando, portanto, da democracia ideal em que cada um leva muito a sério o bem do todo. Coisa que salvo momentos de catástrofes, estamos longe de conseguir. Justiça, neste contexto, é agir para que todos tenham o que é seu direito, a fraternidade, no que se refere ao valor de todos os homens. Mas somos colocados a prova quando enfrentamos o que sentimos por nossos adversários. Quando precisamos exercitar o respeito por opiniões diferentes das nossas, e principalmente pelas pessoas que as defendem. O respeito pelo meu inimigo, provavelmente me levará ao nível de humanidade e ideais onde ele e eu temos alguma coisa em comum. Quando o respeito prevalece compreendemos que fazemos parte de um mesmo roteiro evolutivo da humanidade. Fraternidade neste nível é um crescimento da alma, que acaba por unir todos os homens e sobrevive a morte pessoal.A fraternidade manifesta-se em nosso espírito quando estamos insatisfeitos. Quando estamos indignados com as coisas que acontecem ao nosso redor e, ficamos cansados de lutar pelos próprios interesses. Quando nos sentimos solitários por falta de contato emocional e, frustrados na expressão de nossos sentimentos de bem querer o outro. A verdadeira fraternidade é a maior responsável pelas lutas e batalhas sociais. É quando aceitamos os desafios que envolvem as causas sociais, quando exigimos a justiça e não a vingança. O sentimento de respeito e responsabilidade para com o outro, a disposição em morrer pelo outro é parte da natureza humana. Portanto, o sentimento de fraternidade é digno de confiança, libera a pessoa de sua atitude de defesa abrindo-se a reações positivas e construtivas ao bem comum. Ela esta presente quando somos solicitados a ajudar vítimas de catástrofes, quando nos dispomos à voluntariamente entregar nosso tempo a causas sociais. Mas a caridade é impossível sem a justiça, e a justiça se deforma sem a caridade. O amor ao outro é, sem dúvida, uma necessidade da própria existência humana. A consciência de nossa humanidade esta no acolhimento, na obrigação e no respeito ao outro, é o outro primeiro esta é a questão básica de uma consciência de fraternidade. Somos parte de uma longa busca humana, conduzimos dentro de nós toda a história do próprio universo que faz parte do inconsciente coletivo da humanidade. Por fim entender que a verdade é que nós e o outro somos um só, que não existe separação, que nós e o estranho somos dois aspectos de uma só vida. Como diz Campbell, em seu livro o poder do mito: “O herói é aquele que deu sua vida física a algum tipo de concretização dessa verdade.”

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MAIS UMA CRISE MUNDIAL! E AGORA?




José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12- 39136519.


O desenvolvimento tecnológico gera profundas alterações na economia mundial. Uma delas que podemos presenciar em nosso dia a dia, é que perdem valor as coisas tangíveis e passam a ser valorizadas as intangíveis. As máquinas, matéria prima, prédios e outros bens convencionais estão sendo substituídas pelas células, fibras óticas, automatização, programas de computação, engenharia genética, isto só para citar alguns desenvolvimentos tecnológicos que geraram uma verdadeira mutação econômica e social. As empresas com dificuldade de adaptação ao novo modelo econômico são candidatas naturais, a enfrentar graves crises com perspectivas sombrias de seu futuro. Temos agora os Estados Unidos como pivô de mais uma crise mundial. E neste momento difícil da economia norte americana surge à aposta em um líder carismático, valorizando a ideologia capitalista e democrática como sendo a alternativa para sair da crise criada por esta própria ideologia. A proposta esta sustentada no afetivo e emocional das pessoas, mais particularmente dos norte americanos, destacando a vontade e o nacionalismo como vetor fundamental para superação da crise. Deixa de ser um problema inteiramente econômico social e assume características emocionais, que envolve a nação num desejo de “nós podemos ser melhores”.
Mais do que um pacote econômico, com congelamento de preços ou alternativas terceiro mundistas, destaca-se uma idéia apresentada na força dos ideais norte americanos. Estamos diante de um exemplo clássico da valorização das idéias, da não matéria em detrimento da concretude de uma proposta puramente econômica. É uma alternativa de sair da crise em conformidade com a mega tendência de valorização do conceito de não matéria. Apenas alguns pequenos exemplos para reforçar esta mega tendência: o meu avô se barbeava utilizando uma navalha, meu pai utilizava uma lâmina de barbear inventada por Gillette e hoje eu uso aparelhos descartáveis de barbear. Uma busca pela não matéria. Como professor universitário eu vejo os alunos com sues note books dispensando as apostilas e livros. Temos as máquinas fotográficas descartáveis. Hoje a grande maioria dos hotéis não possui chaves para os quartos e sim cartões magnéticos. Podemos preencher mais algumas folhas com exemplos de não matéria sendo o valor principal de nosso século.
As organizações que acompanham as mega tendências, estão conscientes que o seu valor não se mede mais em termos de seu patrimônio físico, seja ele constituído de dinheiro, prédios, máquinas, terras ou outros mais. Hoje uma empresa valerá mais do que outra em termos de comparações que envolvem a não matéria, ou seja, em relação à capacidade intelectual de seus recursos humanos. Estes são valores que não se sabe como contabilizá-los. O capital financeiro, recurso estratégico da sociedade industrial, é substituído, na sociedade informatizada, pelo capital humano. Isto requer uma nova concepção por parte das organizações, mais fluída, flexível e principalmente ágil no aproveitamento do tempo e adaptação às mudanças. No atual quadro econômico, a adoção desta nova concepção é uma questão de sobrevivência. Não só para as grandes empresas, mas também para as pequenas organizações. Portanto precisamos aprender a investir na capacitação e intelectualização do capital humano. Pois ele é, com certeza, o principal recurso para sobreviver em tempos de crise. As pessoas na organização devem ser capazes de fazer julgamentos, adotar decisões em vez de executarem mecanicamente ordens transmitidas. Mesmo porque as empresas precisam superar as barreiras da comunicação e incentivar a inovação. Em tempos de crise a educação é o fator decisivo da sobrevivência de uma empresa, pois os recursos financeiros e concretos de uma organização são finitos, mas nós sabemos que a informação e a aprendizagem são infinitas. O que as pessoas podem dentro de suas habilidades surpreenderá qualquer expectativa, desde que ela tenha o devido preparo técnico, pessoal e motivacional. O empresário que corta custos de treinamento em tempos de crise, esta na contramão das mega tendências e terá o seu negócio ameaçado a cada crise. Mais uma vez os Estados Unidos utilizam sua potencia ideológica, em busca de alternativas da superação de sua crise econômica. Copiamos muitas coisas dos norte americanos, que possamos aprender algumas lições de como enfrentar problemas econômicos utilizando o capital intelectual.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EFICAZ.




José Fabiano Ferraz - Psicólogo -12 - 39136519


Podemos entender o comportamento eficaz como aquele que esta em harmonia com o ambiente e as relações interpessoais, possibilitando uma melhoria na qualidade de vida das pessoas que se inter-relacionam conosco e, proporcionando a nós mesmos uma adaptação saudável. Para atingir esta harmonia devemos ter um repertório de comportamento amplo e variado, para fazer os ajustes necessários em nossas atitudes (e quando falamos em atitudes estamos nos referindo aos estados internos de nosso organismo) dando a resposta mais adequada à situação. Não podemos pensar em comportamento eficaz sem, necessariamente, pensar em mudança em nossa forma. Com isso estou querendo dizer que não podemos eleger alguns comportamentos como formas absolutas, de sermos eficazes em nossa proposta de vida. O comportamento eficaz irá variar de acordo com o ambiente, a situação, o objetivo e a localização espaço temporal em que nos encontramos. Vou dar um exemplo: nós sabemos que a irritação e a conseqüente agressividade são comportamentos que refletem nossa incapacidade de lidar com a situação. Irritamo-nos, geralmente, com situações que fogem ao nosso controle e muitas vezes não temos como mudar as condições externas que as ocasionam. Nestas situações a única coisa que podemos fazer é, lidar com a irritação em nós. Pois nós podemos mudar a maneira como estas situações nos afetam. Nós somos afetados pelas circunstâncias externas; algumas vezes podemos modificar essas situações, outras vezes podemos evitá-las, mas na maioria das vezes temos que vivenciá-las. Principalmente quando se trata de situações no ambiente profissional. Portanto o comportamento eficaz é sempre focado em minha presença no aqui e agora. Tenho que aprender a olhar e a conversar comigo mesmo, num papo franco e honesto, identificando as minhas questões pessoais e aprender a lidar com essas questões. Vamos ver outro exemplo: você teve um problema com a avaliação que seu líder fez sobre seu desempenho. Você acredita que ele não foi justo à análise que fez de seu desempenho. Você então procura seu líder e, solicita explicações sobre os critérios utilizados na avaliação. Quando ele começa a explicar, você vai ficando irritado e nervoso com as argumentações que ele faz, seu pensamento reforça a posição de que ele esta sendo injusto e ineficiente na avaliação que esta fazendo. Automaticamente você começa a imaginar que ele tem alguma questão pessoal com você, que ele esta protegendo algumas pessoas de sua área, que ele é um chefe de tribo, de bando e não um líder de equipe. A esta altura você não esta mais ouvindo o que ele esta falando, perdeu a propriedade da emoção e a condição de gerenciar a sua revolta e sua irritação com seu líder. Quando isto acontece, fatalmente nosso comportamento estará prejudicado pelo nosso descontrole emocional. Nesta situação ou você se cala, sai de cara emburrada, insatisfeito candidato a uma úlcera, gastrite ou coisa do gênero ou, você num arroubo emocional coloca toda sua insatisfação e sua ira para fora. O que seria um comportamento eficaz nesta situação? Gerenciar suas atitudes, ficar atento as reações internas de seu organismo, a tensão, a respiração, a impaciência, intolerância, arrogância e administrar estes estados emocionais. Todas estas reações emocionais podem ser gerenciadas, é uma questão de aprendizado. Apropriado de suas emoções, cuidando de sua presença neste momento, você poderá, com toda certeza, construir argumentações sobre o seu ponto de vista.
O comportamento eficaz terá alguns princípios norteadores, para concretizar o plano estabelecido por nós mesmos para nossa vida. O conceito de eficácia está ligado à conclusão dos objetivos propostos. Vamos ver então alguns princípios importantes para eficácia de nosso comportamento.
A) Confiança é algo que devemos ter em relação à escolha que fizemos. Pois ao fazer uma escolha, estamos naturalmente fazendo renuncias. Precisamos estar conscientes de que vamos seguir um caminho que envolve mudança, e toda mudança é acompanhada de insegurança. Quando buscamos nossos objetivos de forma planejada, precisamos estar seguros da escolha que estamos fazendo. Iremos sair da zona de conforto na qual nos encontrávamos e nos arriscar. Mas o planejamento de vida é justamente para evitar o comportamento irracional e impulsividade. Portanto é um risco planejado.
B) Determinação só existe com a prática, prosseguir nossa caminhada apesar das dificuldades, tanto internas quanto externas. É a determinação que nos faz buscar superar nossas limitações, nos da esperança nos momentos difíceis e nos ensina a pedir ajuda, fazer o tão necessário network. Quando sentimos medo precisamos de determinação para enfrentar este momento e seguir em frente. Quando nos sentimos vulneráveis e frágeis, precisamos de determinação para seguir no sentido que planejamos nossa vida.
C) Sinceridade é fundamental, principalmente no que se refere a nós mesmos. Para admitir a natureza exata de nossas fraquezas precisamos ser sinceros. São constatações dolorosas que precisam ser honestamente verificadas. È comum a pessoa se achar muito mais capaz do que realmente ela é. Capacidade é algo que adquirimos, todos temos potenciais a serem desenvolvidos, mas podem estar adormecidos devido a dificuldades pessoais. Às vezes mascaramos estas dificuldades com a prepotência, o orgulho e o comodismo. Estas são características que temos dificuldade de assumir, mas que podem prejudicar na eficácia de nosso planejamento de vida.
D) Comprometimento é demonstrado pela ação concreta que temos com nosso planejamento de vida. Falsos compromissos, que muitas vezes assumimos em nossa vida, apenas por conveniência, pois sabíamos que não manteríamos nos momentos difíceis. Cada passo que damos no planejamento de vida revela o nosso compromisso. Arranjar parcerias, trabalhar os passos que planejamos buscar a capacitação necessária são ações práticas que demonstram nosso compromisso.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A ESPERANÇA ESTÁ FORA DE MODA?





José Fabiano Ferraz - 12 - 39136519


Certa vez ministrando uma palestra, sobre a esperança no trabalho, uma pessoa disse-me, hoje a esperança esta tão fora de moda. Trabalho em consultoria de desenvolvimento humano nas empresas e buscamos, em nossos treinamentos, o aperfeiçoamento e a evolução contínua da pessoa como profissional e cidadão, responsável por sua qualidade de vida e de seu ambiente. Comecei a fazer um estudo dos aspectos que podem ser considerados positivos no ambiente de trabalho, e que ajudam na promoção da saúde. Foi sem grande esforço que pude observar a subjetividade como fator determinante, no estado de esperança, da pessoa ao interpretar as situações de seu dia a dia. Vamos parar agora, por um momento, e verificar se no seu ambiente de trabalho existe otimismo, autoconfiança e envolvimento nas situações, fazendo com que a resposta aos conflitos e problemas do dia a dia seja positiva. Do mesmo modo faça uma reflexão e veja se a raiva, a hostilidade, frustração e pessimismo, que também são estados subjetivos e de igual maneira afetam os estados de esperança, estão presentes no modo de interpretar as situações.
Existem vários estudos que apresentam a esperança como fator positivo no enfrentamento do stress e das situações do dia a dia nas organizações. Estes estudos definem esperança como “um conjunto cognitivo baseado na sensação de êxito na determinação e planejamento de objetivos”. Vamos ver alguns exemplos do que estamos falando: Se você se encontrar em um beco sem saída, pensar em muitas saídas; Buscar seus objetivos de forma enérgica; Entender que há muitas formas de contornar qualquer problema que esteja enfrentando agora; Se considerar bem sucedido; Pensar em várias maneiras de atingir seus atuais objetivos. Estes são estados de esperança que podem e devem ser desenvolvidos nos indivíduos. Alguns estudos constatam: “líderes esperançosos possuem unidades de trabalho mais lucrativas e melhores índices de satisfação e de estabilidade dos liderados, do que os líderes com níveis baixos de esperança”.
Pesquisas realizadas com enfermeiros, professores, universitários e pastores, verificaram que as pessoas que se mantêm ativamente envolvidas em seu trabalho, com alto grau de esperança, enfrentam as dificuldades inerentes ao trabalho numa relação significativa de bem estar e qualidade de vida. Constataram que a esperança propicia um estado subjetivo, da convicção de que se tem a força e capacidade para atingir seus próprios objetivos no trabalho. Os resultados apresentaram uma tendência a associar atividades de liderança com o desenvolvimento de esperança nas pessoas lideradas. Os pesquisadores concluíram que os líderes podem utilizar de intervenções para melhorar a esperança dos indivíduos de seu grupo, e que essas intervenções podem melhorar a saúde, e conseqüentemente o desempenho de sua equipe.
A partir da definição de esperança, da escala de estados de esperança, e das conclusões dessas pesquisas, chega-se a conclusão que os líderes podem:
a) ajudar as pessoas de seu grupo a buscar seus objetivos com entusiasmo;
b) ajudar a encontrar soluções para os obstáculos ao atendimento dos objetivos;
c) negociar estes objetivos e não impô-los autoritariamente;
d) oferecer os recursos necessários para consecução dos objetivos, realização das tarefas e solução de problemas.
e) informar o papel da pessoa dentro do contexto produtivo, das possíveis mudanças nas prioridades da organização, como também potenciais mudanças nos recursos disponíveis.
f) gerenciar o processo de negociação desse papel, e a adoção da tomada de decisão participativa.
Um ambiente onde a prática do diálogo, da transparência e da relação de confiança é reconhecida como fator importante, estará promovendo estados de esperança. Conseqüentemente isto refletirá um ambiente sadio, agradável e harmonioso. Pensando bem a esperança não esta fora de moda, vejo a importância de falarmos sobre isso não só nas empresas, instituições de ensino e organizações sociais, mas principalmente nas famílias. Faça uma reflexão e veja se o que esta coluna traz pode ser aplicado em seu lar, seu trabalho e sua rede social.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A ESSÊNCIA DA SAÚDE HUMANA.




José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 - 39136519



Quando falamos de saúde, nos dias de hoje, logo nos vêem a idéia de qualidade de vida. Devemos pensar qualidade de vida como um conceito ou um estilo de vida? Como conceito corre-se o risco de entrar no terreno da idealização, algo que entendemos, teoricamente, mas não conseguimos aplicar em nossa vida. O que muitas vezes ouço é: “a teoria é uma coisa, mas na prática é outra”. A teoria é uma leitura da prática, quando teoria e prática não coincidem podemos entender que: ou a teoria esta equivocada em sua leitura, ou não conseguimos praticar os conceitos da teoria. A fragmentação entre teoria e prática é um artifício, utilizado para justificar nossa dificuldade em aplicá-la. Qualidade de vida é um conceito sobre um estilo de vida, que apresenta a saúde humana como um processo ligado a existência de cada pessoa.
A enfermidade foi determinada ontologicamente como uma privação da saúde. Neste caso o conceito predominante é o de doença, no qual saúde é ausência de estados negativos e não a presença de estados positivos. Desse modo a doença é vista como uma fatalidade, um infortúnio do destino, uma herança ou até mesmo um carma. Com o desenvolvimento do conceito de qualidade de vida, a enfermidade deixou de ser entendida, simplesmente, como ausência de saúde e passou a ser um modo de existir em que a saúde falta, não está presente no cotidiano da vida de cada pessoa. A pessoa doente, no conceito de qualidade de vida, tem necessidade de saúde, ou seja, carece de saúde. O estar bem, estar saudável, neste modo de ver, não está simplesmente ausente, mas esta perturbada. Isso modifica o entendimento, tanto do conceito de doença como o de saúde. Tira a idéia da doença como fatalidade, e coloca a responsabilidade pela construção de uma vida saudável nas mãos da pessoa. Quando trabalhamos com o conceito de qualidade de vida, entendemos que a manifestação de uma doença são ocorrências que se mostram no organismo, e que, ao se mostrarem são indícios de um disfuncionamento do processo de viver. O aparecimento destas ocorrências revela uma privação da potencialidade da pessoa, a expressão de seu potencial encontra-se velada em sua própria existência. Portanto ao se trabalhar com qualidade de vida, entendemos que a manifestação de uma doença é, na verdade, o indício de algo que não se mostra. O distúrbio, as perturbações do organismo é a forma de anunciar algo que não esta aparente. Embora não seja aparente está presente, existe objetivamente na realidade da pessoa. A manifestação de uma doença deve ser entendida como um processo, que possui uma história, construída no modo de existência da própria pessoa. Aprendido através de associações emocionais e máximas racionais. É quando engolimos o choro, sufocamos a tristeza, impedimos o desejo, sacrificamos o prazer, por razões sociais, culturais e dogmáticas.
Não produzimos qualidade de vida por decreto, normas, regimentos ou qualquer coisa desta natureza, como muitas empresas buscam, de forma bem intencionadas, fazer. Não construímos qualidade de vida a partir da modificação pura e simples do ambiente a nossa volta. Vejo caso de algumas organizações que modificaram seu layout, investiram no ambiente deixando-o mais arejado, limpo. São medidas importantes para reduzir o desconforto e insatisfação, mas que não garantem a mudança pessoal necessária para uma vida com qualidade. Existem pessoas que mudam para o litoral, ou para serra, quando assim podem fazê-lo, na esperança de obterem mais qualidade de vida. Uma medida importante, mas que se não estiver acompanhada de mudança em seu modo de viver não garante, por si só, a qualidade de vida. É preciso apropriar-se de si mesmo, de sua existência, seus padrões de comportamento, principalmente daquilo que não se mostra na aparência, mas que está presente no sentido do que fazemos. Portanto é importante, se apropriar sempre do sentido de nossas atitudes, nosso comportamento, nossos gestos, da forma que nosso corpo se organiza nos encontros com a vida. É a qualidade de minha presença, que constrói a qualidade de minha saúde na vida. Por isso é importante observar a si mesmo, com um refinamento cada vez mais sofisticado, para vivenciarmos o momento. Ansiedade é o medo do que esta por vir, é o medo sem razão no aqui e agora, angústia é o sofrimento pelo que aconteceu ou deixou de acontecer num tempo que já passou. O presente é o meu possível, é onde posso ser e fazer as coisas em minha vida e, a qualidade da minha presença no meu presente revela a essência de minha saúde.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

OS PADRÕES DE COMPORTAMENTO E SUAS CARACTERÍSTICAS.







José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 - 39136519.

As pessoas organizam padrões de comportamento desde a infância. Precisam dos padrões para sua sobrevivência. Os padrões de comportamento são os hábitos, desenvolvidos ao longo dos anos de existência, principalmente, para lidar com o stress e as agressões ocorridas na trajetória de vida. As pessoas se referem ao seu padrão ao dizer: “sou assim mesmo esse é o meu jeitão”. Existem, basicamente, duas maneiras de lidar com as agressões que geram stress: ou resistir se tornar sólido e enrijecer, ou ceder e amolecer, tornar-se poroso. A partir desses dois movimentos básicos o padrão é fixado num ponto, que tenha dado certo para enfrentar a agressão e o stress. O problema é que com o passar dos anos este padrão fixado perde sua validade. Novos padrões precisam ser aprendidos e desenvolvidos. São neles que estão às qualidades, as características pessoais e profissionais. Identificar o padrão é importante por dois motivos: primeiro você ter consciência dos seus pontos fortes e fracos, do que deve manter em seu comportamento e do que deve mudar. Em segundo lugar porque você pode formar outros padrões, com isso adquirir um repertório maior de formas para lidar com as situações. As situações na vida exigem, cada vez mais, flexibilidade e agilidade na tomada de decisão. As pessoas aprendem através da experiência e com isso precisam experimentar novos modelos, testar novos hábitos para construir formas adaptativas. Os padrões de comportamento fazem parte da educação, adquirida principalmente pelo pensamento emocional e também pelas regras e disciplinas sociais. É preciso reaprender e todos têm esta capacidade. Ao identificar o padrão de comportamento a pessoa tem possibilidade de reorganizar, reformar, gerenciar e planejar sua vida em harmonia. Desenvolve uma sensibilidade de olhar a si mesmo, no dia a dia, de se ver nas situações e sentir o padrão agindo de forma automática em seu comportamento. Com isso criar uma distância, se afastar da situação e observar como o padrão funciona. Desta maneira pode assumir a direção do próprio comportamento. Agora vou apresentar sucintamente os padrões de comportamento. Foram tirados do trabalho de Stanley Keleman em seu livro Anatomia Emocional.
PADRÃO RÍGIDO.
· Focado no desempenho. É dominador e controla pela assertividade. Entra em contato com os outros e consigo mesmo por meio da ação.
· Lida com o sentimento de solidão, fraqueza ou necessidade, endurecendo e retesando.
· Obediente a regras e normas. Valoriza a competição, o combate e a força.
· Assume uma postura agressiva diante da vida, em detrimento da suavidade e ternura.
· Valoriza o controle das emoções, não chorar, não expressar raiva ou medo.
· É prático e adequadamente adaptado as regras e normas.
· Teme o fracasso e não a luta, por isso muitas vezes tem dificuldade de identificar o bom combate.
· Nas relações de trabalho é conservador, controlador, hiperativo, desafiador e assertivo.
· Tem medo da rejeição, de ser dependente, de perder o controle e do ataque.

PADRÃO DENSO.
· Características de teimosia e insolência.
· Busca a segurança e a estabilidade, por isso vive o dilema entre resistir à dependência, ou precaver-se da independência total.
· Precavido e conservador, dedicado e obediente.
· Dificuldade de compartilhar os sentimentos por medo da humilhação e ridicularização.
· Necessidade de reconhecimento e aceitação.
· Desconfiado, possessivo e envergonhado.
· Nas relações de trabalho é inibido, precavido, dedicado e rebelde.
· Com líderes busca aprovação.
· Tem medo de atacar os outros, de se tornar adulto e independente.

PADRÃO POROSO.
· Dificuldade de comprometimento com as pessoas e com o mundo externo.
· Pode aceitar o que lhe é oferecido, mas não se esforça para obter.
· A inércia é sua forma de agressão.
· É suave, gentil e compreensivo. Consegue estar com a outra pessoa de forma empática.
· Possui a qualidade de bom ouvinte e é hábil na compreensão dos outros.
· Embora conquiste, tem dificuldade de sustentar suas conquistas.
· As relações sociais são uma forma de apoio.
· Explosivo e irritado e, ao mesmo tempo submisso.
· Gosta de privacidade e se não for desencorajado persegue uma meta com firmeza.
· Solidário, resignado e vitimizado.
· Nas relações de trabalho não é dominador, é receptivo e sabe formar alianças.
· Com líderes cede e busca apoio. Precisa ser conduzido.
· Possui medo de ser hostil e controlador, da impotência e de ficar isolado.

PADRÃO INFLADO.
· Sente-se especial em relação às demais pessoas. Quer ser o primeiro e solicita exclusividade.
· Manipula com afetividade.
· Tem uma necessidade de atenção especial.
· É invasivo e sedutor.
· Procura impressionar as pessoas e se torna inflamado e inflado.
· Embora seja infantil, nega sua infantilidade.
· Características narcísicas e expansivas. Tem fome de grandiosidade.
· Sociável e falante.
· Nas relações de trabalho é ambicioso, expansivo e busca atenção das pessoas.
· Tem medo de ser pequeno, de não pertencer e sentir-se vazio.Os padrões de comportamento refletem a história de vida, os vínculos e a maneira que a pessoa lidou com as situações. Quanto mais a pessoa aprende sobre os padrões de comportamento, mais ela adquire maturidade para organizar e planejar sua vida.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A ECONOMIA GLOBAL EM EXPLOSÃO.




José Fabiano Ferraz -Psicólogo -12 -39136519


As organizações não estão mais limitadas às fronteiras de seus países. A rede Mcdonalds vende seus hambúrgers em Moscou. A Toyota fabrica carros em Kentucky; a General Motors no Brasil; a Ford (dona de parte da Mazda) envia executivos de Detroit para o Japão, para ajudar os executivos da Mazda em suas operações. Estes são alguns poucos exemplos de que nosso mundo virou uma aldeia global. Diferentes culturas, hábitos e costumes unidos por interesses econômicos. Para nossa realidade, isto significa que cresce cada vez mais as oportunidades de ser enviado para missões internacionais. A pessoa pode ser transferida para uma unidade ou subsidiária de sua organização em outro país. Por outro lado mesmo ficando no Brasil, possivelmente você terá que trabalhar com líderes ou colegas de culturas, hábitos e costumes diferentes.
O cenário mundial do mundo do trabalho, hoje, entende que as pessoas são o bem mais valioso das empresas. A Intel, a Microsoft, a Motorola e a Hewlett-Packard são exemplos de empresas bem sucedidas que colocam as pessoas em primeiro lugar. Essas empresas perceberam que os concorrentes podem igualar a maioria dos seus produtos, processos, locações, canais de distribuição e outros aspectos. Mas o difícil é ter uma equipe de trabalho formada por pessoas altamente capacitadas e evoluídas. A característica que diferencia as empresas, bem sucedidas, na quase totalidade dos setores da economia é a qualidade das pessoas que elas são capazes de conseguir e manter. Os sistemas de remuneração atuam como estímulos de recompensa ao desempenho e a inovação.
No modelo atual das empresas, a qualidade é primordial. As pessoas devem se preocupar com a qualidade de uma maneira quase que obsessiva. Portanto, é importante definir para você mesmo a qualidade que pretende empregar em sua vida pessoal. Qualidade nos dias atuais, muito mais do que uma metodologia, é um estilo de vida. As pessoas estão sendo cada vez mais exigidas à autogestão. Para isso a pessoa precisa aprender a gerir a própria vida, desde o seu lazer, sua vida familiar, suas relações afetivas, pois todas estas situações de vida afetam as relações de trabalho e conseqüentemente o desempenho. Outro fator que envolve a qualidade, a princípio pode parecer que não tem nada a ver, é o julgamento moral e a tomada de decisão necessária neste mundo de mudanças rápidas. A ética tem ocupado um aspecto crucial no mercado de trabalho e na vida profissional. Vou destacar alguns aspectos pessoais importantes diante do cenário mundial:
A) ZELO: A qualidade do seu trabalho seja ele qual for. Desde que você tenha aceitado uma condição de trabalho. Pense no trabalho que você desenvolve, é importante o esforço, o cuidado e a disciplina em favor de um objetivo, que deve ser proposto por você mesmo.
B) HONESTIDADE: Como um modo de ser. Não somente parecer honesto, mas principalmente ser honesto. Com toda certeza sua honestidade, nas questões cotidianas, irá aumentar a qualidade na consecução de sua realização profissional.
C) COMPETÊNCIA: Refere-se ao conhecimento que você irá adquirir e acumular, sobre si mesmo, sobre seus objetivos, suas metas e o seu trabalho.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

DESENVOLVIMENTO HUMANO




José Fabiano Ferraz - Psicólogo -12 - 39136519.

Quando pensamos em desenvolvimento humano precisamos dar atenção à organização de nossa vida como um todo. Durante toda a vida, a pessoa pode se desenvolver, ou, pelo menos, tem a capacidade de assim fazer. Algumas pessoas que acreditam estar muito velhas para mudar, ou aprender novas coisas estão equivocados. O que acontece é que sistemas neurais pouco utilizados desaparecem ou são cooptados para outras finalidades. Não há limite para o número e a complexidade de conexões neurais que o cérebro pode formar. O cérebro humano possui uma capacidade ilimitada de criar redes neurais, a pessoa pode criar novas formas durante toda a sua vida.
Outro fator importante é que o pensamento não é um processo que envolve somente o raciocínio lógico e formal. Não é apenas o córtex o responsável por nosso pensamento. Mas as emoções, seu afeto no corpo, os estados de esperança, de sentido e os valores contribuem para consciência da pessoa no mundo, o desenvolvimento de sua capacidade e mobilização de seus talentos. Portanto pensamos com todo o corpo e precisamos deste corpo saudável e disposto para o desenvolvimento contínuo em nossa vida.
No início do século XX o QI tornou–se o centro das atenções dos estudiosos do comportamento humano. Psicólogos desenvolveram testes para medir, classificar as pessoas em graus de inteligência. Acreditava-se na época que os testes indicariam as habilidades, talentos de uma pessoa. As teorias psicológicas diziam que quanto mais alto o QI, mais a pessoa era inteligente e evoluída. Em meados da década de 1990 Daniel Goleman, através de pesquisas realizadas, por neurocientistas e psicólogos demonstrou que a inteligência emocional assumia importância destacada no desenvolvimento humano. O QE (Quociente Emocional) dá a percepção dos sentimentos de si mesmo e das outras pessoas. Prepara a pessoa para agir adequadamente às situações de empatia, compaixão, sentimentos de sofrimento e angústia. Conforme observou o próprio Goleman, a inteligência emocional constitui o requisito básico para a utilização efetiva do QI. A pessoa que não lida adequadamente com as emoções utilizam sua capacidade intelectual com menos eficiência. No final do século XX e início do século XXI, pesquisadores do comportamento humano, neurocientistas e o desenvolvimento da física quântica, mostraram que existe um terceiro tipo de inteligência humana, a inteligência espiritual (QS). Este tipo de pensamento refere-se a como a pessoa aborda e soluciona problemas de sentido e valor. A inteligência com a qual a pessoa pode colocar seus atos e atitudes em um contexto mais amplo e, avaliar que caminho na vida faz mais sentido que o outro. Howard Gardner em seu livro Inteligências Múltiplas argumenta que existem pelo menos sete tipos de inteligência: a musical, a espacial, a esportiva, além da racional e da emocional. Danah Zohar e Ian Marshall em seu livro Inteligência Espiritual defendem a tese de que, possivelmente nossas inteligências sejam infinitas e ligadas a três sistemas neurais do cérebro. Estes autores enfatizam que todos os tipos de inteligência que Gardner descreve, são, na verdade, variações do QI, QE e QS e de suas configurações neurais associadas. O ser humano em sua essência é impulsionado por um anseio de encontrar sentido e valor naquilo que faz e experimenta. É uma necessidade humana transcender sua própria existência através de sua obra, viver sua vida num contexto mais amplo que lhe dê sentido, seja a família, a comunidade, o clube de futebol, o trabalho, as convicções religiosas ou o universo em si. Portanto se você desconfia de seu talento e de sua capacidade, saiba que o desenvolvimento humano não possui fronteiras nem limites. O que precisamos ter claro é o fato do pensamento e o talento humano serem influenciados pelas experiências diárias, a saúde física e mental, dieta, volume de exercício físico praticados, tipos dos relacionamentos formados e outros fatores ligados a organização da vida cotidiana.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

QUE DROGA DE VIDA!


José Fabiano Ferraz -Psicólogo - 12 - 39136519
Só temos sucesso naquilo que fazemos com prazer. Uma atividade que combina com nossa essência, nós não sentimos como limitação, não sentimos como peso em nossa vida. Mas a atividade mais feliz, sem dúvida é aquela em que somos agentes da felicidade do outro. Por exemplo, dar é melhor do que receber, criar é melhor do que copiar, fabricar é melhor do que destruir. Nestas atividades nós podemos ser agentes da felicidade do outro, portanto fazemos com alegria e dedicação. Parece um pensamento demasiado altruístico para fazer parte de nossa realidade cotidiana. Você deve estar pensando, dessa maneira como vou pagar as contas no final do mês, a prestação do apartamento ou da casa, o financiamento do carro, etc. Então vivemos nossa vida fragmentados entre o que poderíamos ser, e o que conseguimos ser. A felicidade, o prazer e a realização tornam-se princípios secundários em nossa vida. Com isso nossa vida torna-se binária, ou isto ou aquilo, ou trabalho ou sou feliz, ou ganho dinheiro ou me realizo, ou sinto prazer ou sou responsável. Será que isto não tem sido a falência de nossa vida social? Principalmente dos jovens perdidos neste mundo binário? Eles observam que os pais trabalham a semana toda, ficam estressados, nervosos, irritados sem tempo para dar atenção e conversar com a família, e no final de semana buscam a felicidade na bebida, na euforia de um churrasco, por exemplo, na compra de mais um objeto de consumo. Não existe uma semelhança entre a vida cotidiana e a vida do final de semana. No domingo à noite o abatimento e a angustia lembra o início da semana dura, desgastante e pesada.
Que droga de vida! A maconha continua sendo a droga mais consumida no mundo. O álcool tem seu consumo elevado em 10% a cada ano. Os jovens começam a beber cada vez mais cedo. Pesquisas recentes revelam que a idade média de jovens que experimentam álcool é aos 13 anos, fumar cigarro aos 12 e fumar maconha aos 14 anos. Muitos jovens que usam drogas, mais pesadas, começam com o primeiro cigarrinho de maconha aos 10 anos de idade. O modo como a sociedade esta estruturada, hoje em dia, é à base do aumento do consumo de drogas entre os jovens. A maconha pode ser considerada uma droga inofensiva, mas não é, pois, ela conduz a dependência psicológica e a outras drogas mais pesadas. Este é o resultado de uma sociedade que entende a felicidade como momentos, o prazer como euforia e a realização como utopia.
Eu trabalho com dependência química, coordeno um grupo de apoio a dependentes químicos. Vejo este problema nas famílias, nas empresas, nas ruas e no mundo aumentando cada vez mais. A família precisa entender, o quanto antes, o que o seu filho será um dia já esta se formando, hoje, na relação com os pais. Na criança, no pré-adolescente já existe o adulto de amanhã em formação. As qualidades essências, aquelas que aprendemos a distinguir as coisas na vida são aprendidas, afetivamente, pelo modelo ainda quando criança. O acesso as drogas atualmente é bem mais fácil, as festas dos adolescentes são verdadeiras feiras de drogas. Recentemente alertei uma colega de minha filha, de dezessete anos, sobre um lugar que elas iriam e que existia muita droga. Ela me disse o seguinte: ”Mas o tio hoje tem droga em todo lugar que a gente vai”. Infelizmente, embora exista um exagero em sua afirmação, isto é uma verdade. Mas existe, ainda, locais onde a droga não faz parte do hábito dos jovens. É uma questão de escolha e também de orientação dos pais.
Mas o que fazer? Mudar esta é a alternativa. Investir com toda boa vontade em um processo de mudança em sua vida. A raiz dos problemas com as drogas esta na família, e a base dos problemas da família esta na estruturação social. Cuidar dos princípios que direcionam a vida dos pais, morais e éticos, a educação responsável e o cuidado com o vínculo afetivo. Entender que o prazer pode combinar com o trabalho, que a realização pessoal deve trazer recompensa financeira. Ter consciência que a semelhança se baseia no parentesco familiar, que o ser humano não é suficientemente autônomo para ter atitudes apropriadas em um ambiente que esta reforçando o seu oposto. E caso você já esteja vivendo o problema das drogas em sua casa, procurar ajuda o quanto antes. Não ter vergonha de expor a situação e pedir ajuda, pois com o tempo a situação pode piorar. Muitas vezes o familiar quer levar a pessoa que tem problema com drogas, mas ela não quer ir. Vá você procurar ajuda. Você irá aprender a lidar com o problema. Para quem se interessou todas as terças feiras às 19h30min no salão social da igreja Presbiteriana do Jardim Augusta, Rua Berna n° 174 existe um grupo de apoio a dependes químicos e familiares. A participação é inteiramente gratuita. O telefone para contato é 39416013. Caso você esteja passando por este problema, nós estaremos lá aguardando o momento em que você decidir pedir ajuda.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

LÍDERES SAUDÁVEIS




José Fabiano Ferraz
Psicólogo - 12 - 39136519

A capacidade de um pote de barro depende do vazio e do espaço que tem, e não tanto do material que contém. Trabalho com líderes, de diferentes formas. Em treinamentos, consultoria pessoal e psicoterapia. Muitas vezes escutei líderes que se sentem vazios. Trabalham e são eficientes em sua função, possuem prosperidade material, mas se sentem vazios. O vazio é uma sensação evidente de que a pessoa precisa se doar, precisa desenvolver o princípio natural da vida que é a lei da doação. Dar mais de si é se expandir, expressar o próprio processo criativo de viver. A liderança saudável aprende que a doação resulta de um estado de consciência em que o líder não espera reconhecimento, nem recompensa embora apareçam naturalmente. Hoje ouvimos com freqüência que as equipes precisam ser autogerenciadas. Equipes com esta característica aprendem a doar uns aos outros, a compartilhar o sucesso e o fracasso. Debashis Chartterjee, um pensador que trabalha com liderança diz o seguinte: “A liderança é a tarefa de orquestrar as oferendas especiais que cada membro traz da equipe à organização”. Com isso o líder constrói a unidade, a partir da diversidade dos dons e talentos da própria equipe. Cada membro da equipe evoluindo em um processo dinâmico, de equilíbrio entre a unidade e diversidade.
Algumas pessoas queixam-se do ambiente de trabalho ser hostil e contrário a uma vida saudável. O liderado queixa-se do líder que não é sensível aos seus problemas pessoais, do acúmulo de trabalho, da pressão para o cumprimento do cronograma, do aumento de responsabilidade e da falta de condições ideais. O líder, por sua vez, queixa-se da falta de comprometimento, da baixa iniciativa, do pequeno espírito empreendedor e também da falta de apoio para desenvolver sua função de liderança. Ambos, em lados distintos, falam das situações como algo que escapa ao seu controle, que acontece quase que independente de sua vontade. Quando estou diante destas queixas coloco o seguinte: “Você acredita que nós construímos o mundo em que vivemos e que essa organização, esta empresa, esta instituição de ensino, esta cooperativa ou instituição de saúde é construída por você? E que isto acontece numa dinâmica incessante de interação e participação? Algumas vezes eu escuto de ambos os lados: “Mas eu não participo disso não, eu fico na minha, não adianta ficar falando”. Então eu respondo: “Pois é isso mesmo, não participar é a sua forma de participação, é a sua forma de interagir com a sua realidade, sendo omisso e ausente”. Pode soar duro num primeiro momento, mas é preciso que ambos, líder e liderado, entendam que somos autores de nosso ambiente e de nossa vida. Mesmo que não percebamos, nós ajudamos a construir a nossa empresa, nossa instituição, nosso município, etc. E somos influenciados, afetados e modificados pelo mundo que construímos. É importante que você descubra o quanto antes, que a vida é um processo de conhecimento construído a partir da interação com a própria vida. Aprendemos vivendo e vivemos aprendendo.
O líder tem um impacto direto sobre o ambiente de trabalho, no bem estar e no clima emocional da equipe. O que revela uma liderança saudável é a capacidade de lidar com as emoções e com o stress do dia a dia. Um ambiente emocionalmente saudável é fonte de bem estar para si mesmo, para os outros e para organização. O líder que possui competência emocional tem um papel chave na prevenção do stress. Por sua vez o líder que aprende gerenciar o stress é um agente multiplicador de saúde dentro da organização. São líderes capazes de identificar e comunicar a missão, lidar com desafios e ao mesmo tempo fornecer apoio e encorajamento aos liderados. Mas para isso o líder precisa aprender a lidar com suas emoções e seu stress. Pois não adianta simplesmente palavras para promover a saúde no ambiente de trabalho. É preciso o modelo, a aprendizagem pela referência do próprio líder. O líder saudável possui uma competência que lhe garante visivelmente uma qualidade de vida.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

PLANEJAMENTO DE VIDA

José Fabiano Ferraz - 12 -39136519
Você quer ser o protagonista de sua vida? Ou deixar que as coisas aconteçam e simplesmente navegar ao sabor do acaso? Quem é o responsável pelo seu desenvolvimento? São questões desta natureza que levam a refletir sobre planejar a vida. Planejar significa elaborar um plano, projetar algo a curto médio e longo prazo. O planejamento de vida é um roteiro intencionalmente elaborado, que orienta os objetivos pessoais e profissionais. O humano é um ser que se projeta para fora de si mesmo, mas que não pode sair das fronteiras do mundo que o cerca. Por isso o planejamento de vida tem que estar, necessariamente, atrelado aos aspectos da sua realidade que, sem dúvida, podem ser mudados, mas precisam ser conhecidos. O planejamento de vida jamais será algo acabado ele é um esboço, que pode e deve estar aberto a possibilidades entre aquilo que deseja em sua vida e aquilo pode ser. As competências podem ser desenvolvidas, e o único responsável por este desenvolvimento é você mesmo.
O projeto de vida é, portanto, uma antecipação da vida que você deseja ter ou levar. Você já pensou em elaborar um plano de ação e estabelecer objetivos a curto, médio e longo prazo? Muitos responderão afirmativamente, mas não realizarão o plano proposto. Estamos falando do comprometimento que você tem que ter com seu plano de ação, da determinação em seguir o planejamento estabelecido por você mesmo. Às vezes a pessoa não se leva a sério, não é responsável com suas questões, e o seu planejamento de vida exige, necessariamente, responsabilidade e comprometimento. Elaborar um planejamento de vida é importante porque, você precisa saber para onde vai e refletir sobre o rumo que dará para sua vida. E cá entre nós, muitas vezes não temos a mínima idéia de nenhuma destas questões. O que acaba acontecendo é que a pessoa fica agarrada a um cotidiano, esquece ou não encontra tempo para refletir em sua principal tarefa nesta vida. Você tenha certeza, sua principal tarefa é se tornar aquilo que você pode ser. O seu maior desafio é expressar o verdadeiro potencial que existe dentro de você, e que pode estar adormecido, esquecido ou como já falei sufocado por questões do dia a dia.
O planejamento de vida é uma ferramenta de gestão, que te faz olhar para o futuro, traçar estratégias e saber o que quer, ele servirá como um mapa que irá orientar e conduzir às situações que deseja alcançar. Se você trabalha em uma instituição e acredita que o planejamento de vida não se aplica a sua realidade, está deveras equivocado. Hoje a maioria dos dirigentes das empresas sabe que o sucesso de sua organização esta ligado ao sucesso das pessoas, e que as organizações conseguem seus resultados através do sucesso das pessoas. Quem possui habilidade para definir seu projeto de vida, traçar planos de ação aliados a visão de futuro é interessante para instituições modernas.
Na prática o planejamento de vida começa com as questões relacionadas aos motivos que te levam a realizar as coisas no dia a dia. Você precisa refletir sobre seu trabalho atual, suas relações pessoais, a finalidade de suas ações e suas necessidades existenciais. O planejamento de vida é um exercício de autoconhecimento. O seu temperamento é algo que influencia suas decisões. Você direcionou sua vida até o momento e deu o seu melhor sempre. Mas se você não conhece seu temperamento como determinar um plano, uma direção, objetivo e metas que tenham a sua forma, o seu jeitão? Você pode estar andando em círculos, caminhando à margem de sua própria vida. E isto nos diferentes segmentos da vida afetivo e profissional. O seu temperamento pode ser o grande dificultador de sua vida. Se você não conhece seu temperamento fica brigando com suas características, imaginando que poderia ser uma pessoa diferente, ter essa ou aquela característica que observa em outras pessoas. Você não precisa ser outra pessoa para ter um plano de vida que contemple suas próprias características, o que você precisa é conhecer melhor a si mesmo, seu temperamento, reorganizar o que for preciso e desenvolver o que pode ser melhorado. Não existe uma receita para elaborar um planejamento de vida, o que você pode encontrar são alguns métodos que irão te ajudar no autoconhecimento, no posicionamento profissional, no direcionamento de seus desejos e vontades, na determinação clara e objetiva de seus valores, de seu estilo pessoal. Não tenha receio de procurar uma ajuda especializada para elaborar seu projeto de vida, ninguém vai te dizer o que fazer, mas poderá te ajudar a encontrar o que você quer fazer, a descobrir o potencial que existe dentro de você. Comece dedicando algum tempo do seu dia para refletir sobre as questões ligadas ao planejamento de sua vida. E você verá como irá buscar com maior dedicação, a transformação, o conhecimento e a valorização pessoal. O planejamento de vida te dará uma compreensão daquilo que deseja se dedicar na vida.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

TRABALHAR É SERVIR.




José Fabiano Ferraz - 12 - 39136519


Outro dia escutei aquela conhecida expressão, se eu encontrasse quem inventou o trabalho mataria ele. Uma sociedade estruturada no valor econômico e no consumo precisa produzir, cada vez mais com qualidade e competência. Eu tenho que ser produtivo e qualificado, porque é de pessoas assim que as corporações precisam. Esta é a conseqüência de nossa comunidade globalizada. Hoje quem é exemplar em sua classe de trabalho, faz a sua parte com dedicação, preenche seus requisitos como profissional, reconhece seu trabalho como importante em sua vida, é objeto de interesse para as corporações produtivas. Se você tem alguma dúvida de colocar todas as suas forças em seu trabalho, não tenha, pois, do contrário sua vida profissional estará ameaçada.
Mas agora você deve estar pensando: mas como eu posso fazer isso, colocar todas as minhas forças a um “objeto”, no caso um trabalho ou uma corporação, se ele não é nem de longe um ideal de vida para mim? Está bem eu posso ter exagerado, não vamos pensar em ideal de vida, mas pelo menos um trabalho que eu pudesse gostar. Como vou ter prazer, subordinando-me a uma atividade que não paira como agradável para mim? É importante ter consciência de que trabalhar é servir, sempre foi e sempre será. Se servimos, o fazemos a algum propósito determinado. Pode ser o mais elevado tipo de ocupação, mas o que vai determinar a minha satisfação e o meu bem estar no trabalho que realizo, é o modo de pensar e interagir com a atividade, com as pessoas e o juízo moral que tenho da minha produtividade na sociedade. Você já pensou no fato de que o seu trabalho é para servir a humanidade. Que quando você se dedica ao trabalho, você esta fazendo para humanidade. Não tenha dúvida de considerar o seu trabalho algo especial. Eu não sei o que você faz, mas de alguma maneira o seu trabalho acaba beneficiando minha vida, ou atrapalhando, pode ser uma questão de enfoque. Então quando você vive para humanidade, produz uma atividade e tem consciência de que serve a humanidade, você sabe que sua existência é especial.
Outro dia conversava com uma senhora em meu consultório e ela me dizia que eu era um otimista. Porque ela era dona de casa e o seu trabalho era cuidar da casa, dos filhos e do marido e não via bem nenhum para humanidade no que ela fazia. Perguntei onde seu marido trabalhava, onde seus filhos estudavam e o que eles pretendiam ser quando crescessem. E não foi difícil ela se conscientizar que para o marido poder produzir, em uma das empresas brasileiras que se destacam a nível mundial, trazendo riqueza para nosso país. Que para seus filhos serem no futuro, quem sabe, profissionais que irão facilitar a minha vida ou de meus filhos, ou de meus netos a participação dela era fundamental. Ela servia a sua casa, e com isso servia a humanidade. Se você não está feliz com o que está fazendo, no trabalho ou na vida de uma maneira geral, eu li que somente o feliz vive como quer palavras de Santo Agostinho. A felicidade nada mais é do que a vida em harmonia com o sentimento. Quando a vida não é vista em contradição com o sentimento, eu posso encontrar a importância e a certeza de que estou servindo. O homem produz algo para si, para os outros e para espécie humana isto é uma realidade por si mesma. Hoje trabalhamos mais, porque dependemos mais da humanidade para sobreviver. Hoje trabalhamos mais, pois a humanidade precisa mais de nós e porque nós estamos mais próximos da humanidade, com o avanço das comunicações. Então hoje quando você for para o seu trabalho, pense nas palavras de Agostinho, somente o feliz vive como quer. Um bom dia de trabalho para você.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO CRESCER?

José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12- 39136519
Você já pensou em ser alguma coisa? Ou as coisas foram acontecendo em sua vida? Quando brincamos do que vamos ser quando crescer, estamos experimentando o sentido que daremos para nossas vidas, buscando uma verdade sobre nós mesmos que ainda não sabemos qual é. E não tem por onde fugir, o ponto de partida desta questão, o que eu vou ser, começa em conhecer a si mesmo. E é um caminho que devo percorrer sozinho, para interrogar a mim mesmo, me colocar em questão, refletir sobre minhas características a partir de minha própria vida. A consciência de si mesmo é concentração e recolhimento, invariavelmente preenchido de angústia e ansiedade. Mas não para por aí, preciso ir além da fronteira de minha personalidade e de minhas características pessoais. Isto porque obviamente eu não existo sozinho, estou numa relação direta e constante com o outro, seja ele uma pessoa, uma organização ou um estado político. Existe um fora, que me afeta e altera minhas decisões e formas de ver e sentir a vida. Para saber o que sou preciso me apropriar de minhas intenções e da finalidade de minhas atitudes. Isso não é uma tarefa fácil, mas somente a pessoa que conhece suas intenções, e assume a finalidade de suas atitudes pode estruturar sua vida em si mesmo. Fazer um trabalho, ter uma profissão que revele minha intenção e expresse minha finalidade na vida. Mas nós não somos nós estamos, e estamos continuamente sendo nós mesmos, isto quer dizer que estamos construindo cotidianamente o que somos. Nós crescemos na relação direta com ambiente em que vivemos. Ele determina nossas vontades, estrutura nosso modo de ver o mundo e influencia como será nossa participação na vida. O fato é que um conjunto formado pelas condições geográficas, históricas, sociais e econômicas organiza o meu crescimento na vida. De certa maneira antecipam as possibilidades, de tornar a ser o que se deseja.
Então você esta em um trabalho. Qual a finalidade do seu trabalho para você mesmo? Uma vez fiz esta pergunta na sala de aula, e os alunos constataram que a finalidade do trabalho deles era para pagar as contas no final do mês. Aí se estabelece o desvio do meu projeto principal na vida, ser o que desejo quando crescer. Todo desejo só é atingido quando colocado como meta, e nós estabelecemos metas em nossas vidas. Mas será que são as que desejamos? Ou somos arruinados em nosso projeto em favor das preocupações cotidianas. Geramos uma dúvida em nossa vida, ser o que desejamos aquilo pelo qual sentimos que temos talento ou permanecer no anonimato, acovardado diante das pressões sociais. A dúvida só surge quando eu saio de mim mesmo, quando dou maior importância ao que esta fora de mim, ao que é diferente, quando me conheço como um ser limitado e só procuro ampliar meus limites através dos outros. Se você ainda não sabe o que você quer ser quando crescer, não importa sua idade, pois encontrei várias pessoas com mais de cinqüenta anos que se entregaram ao projeto de ser que queriam. Descubra suas verdadeiras intenções nesta vida, encontre uma finalidade para sua vida. E acima de tudo tenha fé, acredite nos seus sonhos. Nenhuma dúvida abala a verdadeira fé. A fé desamarra nossos desejos das correntes racionais, das justificativas de nosso desvio de ser o que somos. Ela permite que o sentimento de solidão que é o sentimento de limitação que nos acompanha, desapareça. Na fé que temos em nosso projeto de vida, em nossa arrancada para ser, desaparece a dúvida porque aquilo que antes era subjetivo se torna objetivo. Como acreditamos acontece conosco. Quando me coloco no caminho de viver aquilo que sou, então crescerei. O desejo não se prende a nenhum obstáculo, a nenhuma lei, há nenhum tempo; ele quer ser realizado. O que você vai ser quando crescer é o que vai te fazer crescer para ser. Pense nisso.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

EU POSSO MELHORAR.


José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 39136519

Hoje vamos refletir sobre o limite do sucesso. Será que somos limitados? Será que algumas pessoas são realmente mais privilegiadas ao sucesso do que outras? Por que para algumas pessoas o sucesso acontece de uma maneira que nos parece impossível de um dia conseguir?
O que faz da pessoa um sucesso é exatamente o seu talento, a sua capacidade e a sua riqueza interna. Se a pessoa tem uma consciência limitada de si mesma, o seu pensamento, o seu sentimento e a sua vontade também serão limitados. O quanto longe uma pessoa enxergar, tão longe se estenderá seus objetivos. E desta maneira também se estenderá o sentimento que tem de si mesmo. Um homem vitorioso possui a força do pensamento, a força da vontade e a força do coração. A força do pensamento é o conhecimento, a força da vontade a transparência do caráter, a força do coração o amor. A razão, o amor e a vontade são os ingredientes que a pessoa tem para conseguir vencer. Podemos melhorar nossa vida, seja em que segmento for através do conhecimento, do amor e da vontade. Então seja o que for que você faça, conheça muito bem a sua atividade, use o poder da razão, da inteligência que você tem, e transforme a sua atividade em uma atividade fácil. Administre a sua vontade, os seus desejos, quem domina sua vontade não se torna escravo da vaidade, dos hábitos e das compulsões. Quem administra a sua vontade consegue uma vitória sobre si mesmo, aprende a domar a fúria das paixões, dos vícios e consegue a transparência de caráter dos homens vencedores. O sentimento é o veículo de comunicação consigo mesmo, viver o sentimento nos dá o poder de amar, de odiar, de vibrar, de sofrer e de viver uma vida que pulsa e que transmite vida. Quem é capaz de sentir, não tem medo do medo, da dor, não tem vergonha da alegria, da euforia e da comemoração da vitória.
Ao olhar para as pessoas de sucesso podemos identificar a consciência que tinham do seu objetivo, marca característica de uma pessoa de sucesso. Quando temos consciência do objetivo somos satisfeitos e completos. A limitação do pensamento, do amor e da vontade é a limitação da própria pessoa em sua vida. E só pode ter consciência de suas limitações a pessoa que alcança a consciência de seu objetivo. Se fizer de suas limitações as limitações de seus objetivos, cometerá o erro, o engano de limitar sua consciência e seus horizontes. Encontrará a desculpa para o comodismo e a preguiça. A pessoa não é nada na vida sem um objetivo, os grandes homens, os homens de sucesso, tinham apenas um foco fundamental e dominante em suas vidas: a realização da meta.
O aperfeiçoamento é expandir os limites do possível, tornar possível o impossível, tornar fácil o que é difícil e tornar o fácil um prazer. Tornar as atividades fáceis e agradáveis é a forma de sucesso, pois assim farão parte de nossa vida habitual, pois, o difícil requer o esforço da superação e teremos a tendência natural de desistir. Se não podemos saltar sob os obstáculos, precisamos aprender a contorná-los, o importante é que a dificuldade seja transformada em facilidade, enquanto para alguns é fácil saltar os obstáculos, para outros será o contorná-los. Isto não quer dizer que devemos evitar o que é difícil, mas sim que através da força do conhecimento, da força da vontade e do poder do sentimento, melhorar nossa habilidade a fim de chegarmos à realização de nosso objetivo com facilidade. Nós podemos melhorar, sempre. Portanto tenha cuidado com seu pensamento, pois ele dirige sua vida, estabeleça um objetivo na vida e tenha o foco firme nele com confiança. Não abaixe a cabeça com as derrotas, não se envergonhe com os fracassos, mantenha todos os seus planos e caminhe sempre em frente, não se desvie do seu objetivo. Você pode melhorar sempre, se continuar, você pode aprender sempre, se acreditar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A VIDA EM GRUPO



José Fabianno Ferraz - Psicólogo - 12- 39136519
Hoje vou refletir com você, que tem acompanhado as colunas deste site, sobre viver em grupo. Tenho certeza que você também participa de grupos, assim como eu, e que também sente que os grupos, podem ser ao mesmo tempo a solução ou o problema de nossa vida. Participo de grupos e associações de classe, tenho minha família um grupo significativamente importante pra mim, quando trabalhava numa empresa falávamos constantemente em times de trabalho, desenvolver harmonia e união da equipe. Participo também de grupos de estudo, de trabalho voluntário, temos nosso grupo de amigos e nos reunimos ocasionalmente para conversar e confraternizar. Tanto eu quanto você sabemos por experiência própria que não vivemos, ou melhor, não sobrevivemos sem pertencer a um ou mais grupos em nossa vida. Sabemos também, por experiência prática, que os grupos e as pessoas que nos relacionamos nos influenciam diretamente. Certa vez ouvi de uma psicoterapeuta no curso de especialização em Educação Somática: “Eu escolho muito bem os meus amigos porque eles me influenciam muito”. Descobri na trajetória de minha vida que esta é uma decisão inteligente e saudável. Vamos falar de algumas dificuldades e de alguns benefícios que a vida em grupo nos trás, e da importância de saber escolher os grupos do qual participamos.
Em algumas famílias observo que os erros são mais comentados do que os acertos. Se a pessoa acerta não existe os parabéns, um reforço, mas se ela erra é destacado gerando constrangimento, e muitas vezes mágoa. Por outro lado pude ver e sentir em alguns grupos familiares, que as pessoas procuravam acertar em conjunto, ajudando-se mutuamente, discutindo os erros e cada um contribuindo com o que pode para o crescimento da família. No ambiente de trabalho vivi dois momentos bem distintos que me serviram de experiência. No início de minha carreira, talvez por estarmos montando um grupo de trabalho, buscávamos maneiras de fazer as novas idéias funcionarem. Algumas áreas eram novas na organização, e estávamos na fase de implementação ao mesmo tempo em que estávamos aprendendo. Lembro-me que éramos um grupo unido, compensávamos as limitações um dos outros, méritos do nosso gerente que soube selecionar a equipe. Depois na mesma organização, mas em outra época, com outra equipe, num momento diferente de minha posição na empresa, com mais experiência, alçando vôos mais altos me deparei com uma situação onde as pessoas buscavam o sucesso e as conquistas de forma individual. Apresentavam iniciativa e entusiasmo em relação aos desafios e objetivos que fosse de encontro aos seus interesses. Recentemente participando de um grupo de trabalho voluntário, experimentei duas situações no vínculo com o grupo. O grupo manifestava um comportamento de respeito, reconhecimento e compaixão um pelos outros, esclarecendo as dúvidas frente a frente e alimentando um sentimento positivo e otimista sobre as pessoas do grupo e de nosso objetivo. Mas a partir de um evento isolado, as pessoas tiraram conclusões precipitadas, e antecipadas geralmente negativas e não deram oportunidade para entendimento.
Bem eu poderia ficar escrevendo mais umas tantas outras páginas, mas acredito que estes exemplos sejam suficientes para chegarmos a algumas conclusões. A primeira que podemos destacar é que a vida em grupo deve ser uma oportunidade para se desenvolver como pessoa. Dificilmente saberemos antecipadamente como agir e atuar nos vínculos em grupo. Devemos aprender a lidar com as coisas no presente, e deixar que nos ajudem. Para isso é necessário que se estabeleça uma relação de ajuda entre os membros do grupo. O grupo deve permitir o crescimento e a realização das potencialidades individuais. Precisamos aprender a nos comprometer com o crescimento das pessoas do grupo, a criar relações que facilitem o amadurecimento do outro como uma pessoa independente. Olhe para as pessoas de seu grupo, se elas forem maduras, desenvolvidas competentes e capazes você com certeza terá estas qualidades também.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

EU VENCI O MUNDO!

José Fabiano Ferraz -Psicólogo - 12- 39136519


Estamos vivendo a era dos campeões, dos vencedores, da felicidade e do sucesso em ter. Nossa vida uma olimpíada diária onde buscamos a medalha de ouro, e em função disso passamos por aflições e ansiedades. Mas houve um homem que disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” . E é sobre alguns ensinamentos que este homem nos deixou que quero refletir. Não pretendo falar sobre religião nem teologia, mas de Jesus histórico, que foi citado por autores não judeus como alguém que curava e ensinava uma nova mensagem. Quero refletir sobre Jesus homem que ao passar por aqui nos deixou ensinamentos, que há mais de dois mil anos estão atuais e desafiam-nos a vencer o mundo. Selecionei alguns pensamentos sem a pretensão de esgotar, ou elaborar um profundo estudo. Podemos ser vencedores com os ensinamentos de Jesus? Vamos refletir.
a) Uma lição de humildade. Ele reconhece que é o Mestre e Senhor, mas lava os pés de seus discípulos para deixar a mensagem de que o Mestre não é maior de que seus discípulos. E diz que o líder tem que dar o exemplo, para que seus liderados façam como ele. Liderar pelo exemplo.
b) Sobre a ansiedade pela vida ele diz para preocupar-se com o presente, e fazer o que está ao seu alcance para lidar com problema de cada dia. Não ficar ansioso pelo futuro, pelo que acontecerá, pois mesmo com toda ansiedade você nada pode fazer com o que virá, a não ser administrar o seu presente e os efeitos que a vida gera em você.
c) Sobre o julgamento às pessoas, ele mesmo não julgou ninguém, porque ele mesmo não veio para julgar, mas cumprir sua missão de salvar o mundo. E desafia a quem se autoriza a julgar as pessoas, rever a sua vida e verificar se está sem mácula. Deixou bem claro que não condena a pessoa, mas sim o erro, e que uma vez a pessoa arrependida ela é perdoada.
d) Ensinou que somos escravos de nossas compulsões, e que precisamos deixar morrer o comportamento compulsivo em nós. A pessoa que tem problemas de compulsividade sejam drogas, sexo, jogo, comida, consumo sabe muito bem que uma vez cometido o comportamento, torna-se dependente, escravo da compulsão.
e) Sobre a prática, nos diz que ouvir e não praticar enfraquece nossas estruturas psicológicas e espirituais. No consultório clinico a maior dificuldade das pessoas é com a prática. O trabalho em psicoterapia ajuda a pessoa a se conhecer melhor, mas a mudança envolve a prática, finalizar o que não queremos mais e exercitar o novo.
f) Foi ele quem disse que nossa boca fala do que está cheio nosso coração. Se nos enchemos de mágoas, ressentimentos e amarguras são disso que falaremos, mas se nos enchemos de amor, esperança e fraternidade são disso que falaremos. Os frutos que produzimos na vida revelam o que somos.
g) Há mais de dois mil anos atrás, traduzindo para os dias de hoje, Jesus já falava em parcerias, em formar redes para o bem comum. Quando ele ensina: “... quem não é contra vós outros é por vós” . Incentivando seus discípulos a evitar dissidências e valorizar parcerias.
h) Sobre a abundância de bens e riquezas, nos orienta a tomar cuidado com a avareza, pois a nossa vida não consiste nos bens que possuímos. Pessoas que trabalham demais acabam não tendo tempo para a família, os filhos e para si mesmo e desenvolvem doenças psicológicas.
i) Por último vou destacar aos líderes, políticos e dirigentes de uma forma geral o que Jesus diz: “... aquele que dirige seja como o que serve” . O líder servidor, que se coloca no lugar de quem serve. O mais formado e organizado se coloque no lugar do sem forma e sem organização. O maduro e experiente se sinta como o imaturo e inexperiente.
Longe de mim a pretensão de esgotar os ensinamentos deste homem que venceu o mundo, mas apenas com essas poucas e modestas reflexões, como podemos responder a pergunta: Podemos ser vencedores com os ensinamentos de Jesus?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A BUSCA DA FELICIDADE







José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 39136519 -


A busca da felicidade motiva boa parte de nossas ações, estamos incansavelmente procurando o que nos faz mais felizes, mas para a maioria das pessoas essa conquista parece distante e extenuante. O que te faria mais feliz? Uma casa própria, ou uma casa maior; ter um carro, ou um carro melhor; ter uma pessoa que você ame e que se sinta amado; ter riqueza e fama; concluir seus projetos de vida; uma promoção no trabalho; o reconhecimento das pessoas? Pare e pense por um momento, qualquer que seja a sua resposta, pesquisas na área de psicologia sugerem que nada disso tem relevância em melhorar ou aumentar sua felicidade de forma significativa. Para Freud a felicidade é algo passageiro, só ocorre em momentos de trégua entre os conflitos e as dificuldades inerentes do dia a dia. Filósofos, psicólogos, economistas e mais recente neurocientistas, tentam entender a felicidade medi-la e reproduzi-la. Entre os neurocientistas não foi encontrado o “centro neural da felicidade”; os economistas não conseguem medidas objetivas da felicidade, quantificar como o produto interno bruto, por exemplo; os psicólogos se enroscam nas diferenças culturais que dificultam as generalizações.
Hoje existe uma discriminação das pessoas que não são felizes, a felicidade deixou de ser um direito e tornou-se uma obsessão. E esta tirania da felicidade não é algo recente, começa no século XVIII quando a satisfação deixa de ser um direito para se tornar um dever, passando da condição de contingência para a de obrigatoriedade. O que podemos constatar é que a questão da felicidade ainda se impõe como um enigma e desafio a sociedade moderna. Existe uma tendência na sociedade capitalista, que atualmente coloca a questão econômica acima de outros fatores da vida, ter a felicidade como um produto que pode ser adquirido no mercado. Nada melhor para uma sociedade estruturada no valor econômico, do que transformar o prazer em ideal coletivo e obrigatório. Em seu livro “A Euforia Perpétua“ Pascal Bruckner denuncia a fragilidade e crueldade do “dever da satisfação”. Ele coloca que a pessoa obcecada em conquistar a felicidade, como uma propriedade, sofre em dobro e se distanciam das pequenas alegrias da vida. Em pleno século XXI, com a ascensão do consumo, o acúmulo de capital como meta de vida, e a revolução social em nome do prazer e da alegria vivemos o individualismo. As pessoas distantes dos laços fraternos e humanitários, e apologia do interesse pessoal sempre colocado acima do coletivo. A busca do prazer individual a qualquer custo.
Mas a felicidade real, aquela que experimentamos em cada célula de nosso corpo, muda de acordo com cada um, de acordo com a época e com a idade. E o mais importante, esta na simplicidade encontra-se no despertar de cada dia, na vida que ganhamos a cada dia. Do contrário, a felicidade, é um vazio a ser preenchido, mas jamais concluído. A felicidade está em nos surpreender com as coisas na vida, viver o inesperado e buscar desafios. Situações que nos forçam a viver o momento presente, concentrar nossa atenção em algo específico que traga realização pessoal e o bem comum. Encontramos a sensação de ser feliz quando tornamos o maior número possível de pessoas felizes. Isto é diferente de estar feliz, de ter a felicidade como um momento onde burlamos a angústia e o vazio.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

MOTIVAÇÃO – A FORÇA DE UMA VIDA COM FOCO


José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 39136519

A vida moderna acontece nas cidades abarrotadas de gente, todos muito perto um do outro, mas estranhos um ao outro. O conhecimento um produto, diversificado e pronto para ser consumido vorazmente. Ao toque de um botão podemos comprar, vender, procurar parceiros afetivos, em fim à tecnologia traz o mundo até você. As possibilidades de escolha hoje são tantas e tão variadas, que escolher tornou-se um valor, uma prioridade e podemos dizer, porque não, que as pessoas estão viciadas no comportamento de escolher. Com isso vivemos um efeito colateral, no ambiente social, que é a redução do compromisso e da continuidade. Podemos observar isto em diversos setores do segmento social. A paixão nacional, o futebol, hoje em dia não consegue a fidelidade tão presente nos craques do passado, como Pelé, Zico, e tantos outros. As relações afetivas se desgastam e são substituídas com facilidades, a prática do ficar entre os jovens, e maduros também, revela a ampla pluralização no ato de escolher o parceiro. Hoje a vida moderna oferece uma proliferação cada vez maior de escolhas e mudanças, que multiplica absurdamente o número de opções. Na verdade vivemos um porre de escolhas, pois temos pessoas em demasia para relação afetiva, ofertas variadas e abundantes de lazer, de leitura, coisas demais para comprar, uma quantidade abissal de atualizações para realizar, etc. Estamos sobrecarregados, há coisas demais para fazer e pouco tempo para fazê-lo. A conseqüência desta sobrecarga é a perda da coerência e a fragmentação de nossas vidas.
Mas como estabelecer uma vida com foco, dentro de uma sociedade saturada de escolhas a serem feitas? Como escolher uma profissão, que possa ser fonte de realização, sucesso e prazer? Navegando neste oceano de possibilidades, da vida moderna, como encontrar a minha vocação? Uma rápida reflexão sobre a vida de pessoas que encontraram sua vocação, e alcançaram sucesso revelará o caráter intrínseco, nestas pessoas, de sentirem-se chamadas a realizar algo para o qual foram escolhidas. Podemos chamar, sem a menor preocupação, de talento ou dom. Mas apenas o fato de termos um dom, ou talento como queiram, não ajuda a entender o chamado, e fortalecer o foco que daremos à nossas vidas. Vou destacar três pontos que considero fundamentais:
A) O primeiro vem do fato de sentir um chamado que subverte a ordem natural da sociedade moderna. Pois quando sentimos que somos chamados à determinada atividade, não temos escolha, pois já fomos escolhidos. O que temos é a liberdade de seguir ou não.
B) O segundo é que o roteiro de nossa vida acontece naturalmente, não precisamos demasiado esforço para as coisas, tudo parece cooperar. Não precisamos de muitos trabalhos, muitos cursos, muitas informações. Sabemos encontrar o trabalho, a informação e os cursos que farão sentido com o chamado.
C) O terceiro é o foco único e direto à realização de nosso talento, de nosso dom. As pressões da vida moderna, as múltiplas escolhas, a imposição das necessidades criadas por essa vida moderna, o urgente e a agenda geram sobrecarga e confusão. Afastam a pessoa do seu chamado. Ter foco significa aprender a renunciar tudo o mais, que não leva direto à realização do chamado.
O poder de uma vida com foco está justamente na realização da vocação, que é o chamado, na definição clara do roteiro e motivo da vida. A motivação com foco no chamado é a mais importante orientação de vida que podemos ter, é ela que dá sentido a nossa existência neste mundo viciado em mudança. A motivação com foco no chamado deve prevalecer na escolha da profissão, do emprego e da carreira profissional.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

CONSUMO COMPULSIVO – SOU UM COMPRADOR COMPULSIVO?


José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 39136519

Vamos falar de um fenômeno socialmente aceito, mas que hoje em dia a medicina entende como uma doença a oniomania ou o consumo compulsivo. Mas como saber se sou um comprador compulsivo? Como diferenciar o simples fazer compras da doença? Existem alguns comportamentos que indicam a necessidade de buscar uma ajuda especializada, para lidar com o problema. Pessoas que não conseguem passar por uma loja, sem adquirir um produto parecem hipnotizados diante das vitrines, a pessoa compra pelo impulso, por não resistir a uma liquidação, por exemplo, mesmo que não haja necessidade. Quando não consegue organizar suas contas, vive sufocada pelas dívidas, recebe o salário no final do mês e já está comprometido e não se lembra com o quê gastou. Quando a pessoa é levada a realizar o comportamento de comprar, por uma coação interna que ela mesma exerce, sente-se manipulada pelo próprio pensamento. O consumo compulsivo é um assédio que seduz a consumir para reduzir a angústia. Não fazer, não realizar o comportamento gera ansiedade, que automaticamente aumenta a excitação e o desconforto, a pessoa não consegue ficar sem comprar alguma coisa. A compulsão pelas compras, muitas vezes, está relacionada a problemas psicológicos que envolvem dificuldade de relacionamento. Existem pesquisas que demonstram que o consumo é menor quando as relações humanas são satisfatórias.
Desta maneira o ato impulsivo de comprar funciona como uma droga leve gera prazer e satisfação, envolve um ritual de preparação e muitas vezes estão diretamente associadas a situações de frustração e tristeza, semelhante ao que acontece na dependência química. Mas embora apresente muitas similaridades, o comportamento de comprar não é reconhecido como dependência, pois não envolve o uso de substâncias. É, portanto um problema psicológico que desestabiliza o emocional, social e econômico da pessoa. Para muitos, o impulso de comprar pode parecer um capricho, mas estudos recentes verificaram que as compulsões causam alterações na liberação de neurotransmissores, como dopamina, adrenalina e serotonina. A euforia relacionada ás compras, segundo estes estudos tem um mecanismo biológico semelhante ao abuso de drogas. A dependência surge do prazer gerado pelo comprar, que o cérebro se habituou. As pessoas que sofrem da compulsão de comprar podem descrever sensações físicas, no momento da compra, comparáveis a degustação de uma boa comida, de uma bebida agradável, etc.
De acordo com a organização mundial de saúde, cerca de 6% da população sofre com comportamentos impulsivos, relacionados à compulsão de comprar. Embora afete ambos os sexos, são as mulheres que mais buscam ajuda especializada. Na Itália a psicóloga Roberta Biolcati, verificou um aumento de 90% na procura por tratamento de problemas relacionados ao consumo, sobretudo por mulheres. Entre os homens a pesquisadora observou que o impulso atinge, principalmente, jovem em conflito com sua imagem. O primeiro passo, para se tratar, é a pessoa reconhecer a doença, ter consciência que sua compulsão por comprar é excessiva e assumir a sua impotência para controlar o impulso. Em alguns casos existe a necessidade de sessões de psicoterapia, combinadas com medicação para regular as disfunções nos níveis da serotonina, neurotransmissor responsável por evitar a depressão e ansiedade. Existem também os grupos de auto-ajuda, que utilizam a metodologia semelhante dos grupos de alcoólicos e narcóticos anônimos.

terça-feira, 22 de julho de 2008

POR QUE É TÃO DIFÍCIL MUDAR?


José Fabiano Ferraz - Psicólogo - 12 39136519
Observo esta dificuldade no consultório clínico, nas empresas com o trabalho em comportamento organizacional, como professor universitário na relação com os alunos, nos grupos de recuperação em compulsividade e dependência química e na minha vida de um modo geral. Mesmo quando queremos mudar, quando adquirimos a maturidade de consciência da mudança, mesmo assim, mudar é uma tarefa das mais difíceis que encontramos em nossa vida. Observo que acabamos sendo atropelados pelas mudanças, e nos sentimos despreparados para lidar com o diferente que a mudança ocasiona em nossa vida. Foi sentindo no próprio corpo, que descobri primeiro que existe um processo de mudança, ou seja, ela não acontece de uma hora para outra como desejamos. Sabe aquelas mudanças que idealizamos no final de semana para começar na segunda feira, ou as imaginadas durante as férias para iniciarmos assim que voltarmos elas dificilmente acontecem de verdade, pois o processo de mudança não começa com o novo pronto para ser praticado. Descobri também, em minha caminhada de mudanças, que não se trata de força de vontade, ou de estado de espírito como muitos entendem. E sim de uma maturidade em conhecer como o processo de mudança ocorre em mim, como reajo ás situações em minha vida que suscitam a mudança. Outra coisa importante é que não podemos viver a vida sem mudar. Algumas pessoas me perguntam no consultório: mas por que eu preciso mudar? Porque as pessoas ao seu redor estão mudando, porque o seu corpo esta mudando, porque a política, a tecnologia, a sociedade e tantas outras coisas que afetam a sua vida diretamente estão mudando. Não mudamos por capricho ou por modismo, mudamos por necessidade inerente ao processo de existir num mundo em constante mutação. Em minha atividade pude constatar três situações que compõe o processo de mudança, vou tentar passar para vocês estas situações da maneira mais prática possível, pois fazem parte da minha vivência.
A primeira coisa é entender que a mudança começa pelo fim, isso mesmo, e não pelo início e pelo novo. Quando pensamos em mudança, imaginamos o novo comportamento ou a nova atitude que queremos ter diante da vida. Mas precisamos entender que antes que o novo ocorra, devemos viver a separação, o afastamento daquilo que queremos deixar em nossa vida. Então antes de experimentar o novo precisamos aprender a lidar com o fim. Isso por si só é um processo, que possui etapas, dificuldades e precisa de tempo. O fim traz a tristeza, a incerteza, o medo e a angústia. Por mais estranho que possa parecer estamos apegados ao que desejamos mudar em nossa vida e em nossa identidade. Precisamos finalizar algo que nos acompanha durante muitos anos, precisamos aprender a criar distância do que não queremos mais, interromper o padrão que faz parte do ritual automático de nosso comportamento. Deixar que o fim aconteça naturalmente. O tempo pode ser nosso aliado se entendemos que precisamos dele, pois a cobrança por resultados imediatos, traz culpa e muitas vezes retrocedemos e desistimos da mudança. Se conseguirmos finalizar, entramos em outra situação e começamos a sentir um vazio, uma agitação e um incômodo pelo espaço que o fim gerou em nós. Ficamos excitados e ansiosos, pois estamos entre uma coisa e outra, estamos encerrando um comportamento, mas não temos nada novo para colocar no lugar. Precisamos aprender a conviver com a pausa, com a espera, com o indeterminado, com a confusão que se estabelece ao desestruturar um modo de ser no mundo. Por outro lado é uma etapa de criação, estamos com a sensação de liberdade e podemos nos arriscar a novas conexões em nossa vida. Por último vem a etapa em que o novo começa a ganhar forma, em que uma nova ordem começa a se estabelecer em nosso universo de relações. Começamos a ver as situações de outra forma, de outros ângulos e diferentes sentimentos aparecem. Esta é a etapa em que vamos experimentar, vamos testar e praticar o novo que começa a existir em nós. Temos que aprender a nos ver de maneira diferente, e sentir que o velho morre, para que o novo aconteça. Com sucesso ou não vivemos nossas transformações, podemos tomá-las em nossas mãos e perceber que podemos nos modificar a partir do gerenciamento de nossa vida, de criar novas formas de ser no mundo, mudar nossa personalidade e não ficarmos agarrados a idéia de sermos sempre a mesma pessoa, a vida inteira.